quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Existe um marxismo "correto" ? Hobsbawm com a palavra



Desde a primeira leitura da “Era das Revoluções”, ingressei no fã clube de Eric Hobsbawm. Em 1966, já sem ilusões em relação ao comunismo, Eric escreve “O Diálogo sobre o Marxismo” que, em 1973, participaria do livro “Revolucionários” (editado no Brasil pela Paz e Terra). No texto, afirma que “uma grande parte do marxismo deve ser repensado e redescoberto”. Hoje, passados 44 anos, o desafio permanece. Selecionei 2 parágrafos que evidenciam os equívocos a que todos nós, ex-membros do “Partidão”, fomos induzidos.
“ Os comunistas vão se dando conta, cada vez mais, de que o que aprenderam a acreditar e a repetir não era simplesmente o “marxismo”, senão o marxismo conforme desenvolvido por Lênin e congelado, simplificado, e às vezes distorcido sob Stalin, na União Soviética. Que o “marxismo” não é um corpo de teorias e descobertas acabadas, mas um processo de desenvolvimento; que o próprio pensamento de Marx, por exemplo, continuou a se desenvolver durante toda sua vida. Que o marxismo tem, sem dúvida, respostas potenciais, mas frequentemente nenhuma resposta efetiva aos problemas concretos que hoje enfrentamos, em parte porque a situação mudou desde Marx e Lênin, em parte porque nenhum dos dois disse nada sobre certos problemas que já existiam em suas épocas e que são importantes para nós.”
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“Não há atalhos para o marxismo: nem o apelo a Lênin contra Stalin, nem a Marx, nem ao jovem Marx contra o Marx da maturidade. Há somente trabalho árduo, longo e, nas atuais circunstâncias, talvez não conducente a conclusões definitivas.”

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

O Fetichismo da Mercadoria e o seu Segredo. Parte 4.


Esta 4ª parte abre com a afirmativa da postagem anterior: “Somente com o tempo o homem procurará decifrar o sentido do hieróglifo, penetrar nos segredos da obra social para a qual contribui, pois a transformação dos objetos úteis em valores é um produto da sociedade, tal como o é a linguagem”. E encerra com a afirmativa “Mas quando os produtores destas mercadorias as relacionam ao tecido - ou ao ouro ou à prata, o que vem a dar no mesmo -, como equivalente geral, as relações entre os seus trabalhos privados e o conjunto do trabalho social [global] aparecem-lhes precisamente sob esta forma absurda”.
“Somente com o tempo o homem procurará decifrar o sentido do hieróglifo, penetrar nos segredos da obra social para a qual contribui, pois a transformação dos objetos úteis em valores é um produto da sociedade, tal como o é a linguagem.
A recente descoberta científica, de que os produtos do trabalho, enquanto valores, são [objetiva] pura e simplesmente a expressão do trabalho humano gasto na sua produção, marca uma época na história do desenvolvimento da humanidade, mas não dissipou de modo algum a fantasmagoria que faz aparecer o caráter social do trabalho como uma qualidade das coisas, dos próprios produtos. O que é verdadeiro apenas para esta forma particular de produção, a produção mercantil —; a saber, que o caráter [especificamente] social dos mais diversos trabalhos [privados, independentes uns dos outros], consiste na sua igualdade como trabalho humano, e reveste uma forma objetiva, a forma-valor dos produtos do trabalho -, isso parece aos olhos dos homens imersos nas engrenagens das relações da produção de mercadorias, hoje como antes daquela descoberta, tão definitiva e tão natural como a forma gasosa do ar que permaneceu idêntica mesmo depois da descoberta dos seus elementos químicos.
O que na prática interessa em primeiro lugar aos que trocam produtos é saber que quantidade [de produtos alheios] é que obterão em troca dos seus produtos, isto é, as proporções em que eles se trocam. A partir do momento em que estas proporções passaram a ter uma certa fixidez, produzida pelo hábito, elas parecer-lhe-ão provir da própria natureza dos produtos do trabalho. Parece existir nessas coisas uma propriedade de se trocarem em proporções determinadas, tal como as substâncias químicas se combinam com proporções fixas [;por exemplo, uma tonelada de aço e duas onças de ouro têm igual valor, tal como uma libra de ouro e uma libra de ferro têm igual peso, apesar das suas diferentes qualidades físicas e químicas] .
De fato, o caráter de valor dos produtos do trabalho só se fixa quando eles se determinam como grandezas de valor. Estas últimas mudam sem cessar, independentemente da vontade e das previsões [e das ações] daqueles que trocam mercadorias, aos olhos de quem o seu próprio movimento social toma assim a forma de um movimento de coisas, movimento que os dirige em vez de serem eles a dirigi-lo.
É necessário que a produção mercantil se tenha completamente desenvolvido, para que da própria experiência decorra esta verdade científica: - que os trabalhos privados executados independentemente uns dos outros, mas inteiramente interdependentes como ramificações espontâneas do sistema da divisão social do trabalho, são constantemente reduzidos à sua medida socialmente proporcional. E porquê? Porque nas relações de troca, acidentais e sempre variáveis, dos seus produtos, o tempo de trabalho social necessário à sua produção impõe-se forçosamente como lei reguladora natural, tal como a lei da gravidade se faz sentir a qualquer pessoa quando a sua casa desaba sobre a sua cabeça.
A determinação da grandeza de valor pela duração do trabalho é, portanto, um segredo escondido sob o movimento aparente dos valores [relativos] das mercadorias; mas a sua descoberta, mostrando embora que a grandeza de valor não se determina ao acaso, como poderá parecer, não faz com isso desaparecer a forma que representa esta quantidade como uma relação de grandeza entre as coisas, entre os próprios produtos do trabalho.
A reflexão sobre as formas da vida social, e por conseguinte a sua análise científica, segue um caminho completamente oposto ao do movimento real. Começa depois dos fatos consumados, já com os resultados do processo de desenvolvimento. As formas que imprimem aos produtos do trabalho a marca de mercadorias e que por isso são pressuposto da sua circulação, possuem, também elas, já a fixidez de formas naturais da vida social, antes que os homens procurem dar-se conta, não do caráter histórico destas - que, pelo contrário, se lhes apresentam já como imutáveis -, mas do seu sentido último.
Assim, foi somente a análise do preço das mercadorias que conduziu à determinação da grandeza do valor, e somente a comum expressão das mercadorias em dinheiro levou à fixação do seu caráter de valor. Ora, é precisamente esta forma acabada do mundo das mercadorias, a sua forma-dinheiro, que, em vez de revelar, dissimula o caráter social dos trabalhos privados e as relações sociais entre os produtores. Quando digo que o trigo, um fato, botas se relacionam com o tecido como encarnação geral do trabalho humano abstrato, a falsidade e o absurdo desta expressão salta logo à vista. Mas quando os produtores destas mercadorias as relacionam ao tecido - ou ao ouro ou à prata, o que vem a dar no mesmo -, como equivalente geral, as relações entre os seus trabalhos privados e o conjunto do trabalho social [global] aparecem-lhes precisamente sob esta forma absurda.”

O fetichismo da Mercadortia e o seu Segredo. Parte 3.


Esta 3ª parte abre com a afirmativa da postagem anterior: :Para encontrar algo de análogo a este fenômeno, é necessário procurá-lo na região nebulosa do mundo religioso”. E se encerra com a afirmativa de que o valor não escrito na testa o que ele realmente é “Longe disso, ele transforma cada produto do trabalho num hieróglifo [social]. Somente com o tempo o homem procurará decifrar o sentido do hieróglifo, penetrar nos segredos da obra social para a qual contribui, pois a transformação dos objetos úteis em valores é um produto da sociedade, tal como o é a linguagem”.
 “Para encontrar algo de análogo a este fenômeno, é necessário procurá-lo na região nebulosa do mundo religioso. Aí os produtos do cérebro humano parecem dotados de vida própria, entidades autônomas que mantêm relações entre si e com os homens. O mesmo se passa no mundo mercantil com os produtos da mão do homem. É o que se pode chamar o fetichismo que se aferra aos produtos do trabalho logo que se apresentam como mercadorias, sendo, portanto, inseparável deste modo-de-produção.
[Este caráter fetiche do mundo das mercadorias decorre, como mostrou a análise precedente, do caráter social próprio do trabalho que produz mercadorias.]
Os objetos úteis só se tornam em geral mercadorias porque são produtos de trabalhos privados, executados independentemente uns dos outros. O conjunto destes trabalhos privados constitui o trabalho social [global]. Dado que os produtores só entram em contacto social pela troca dos seus produtos, é só no quadro desta troca que se afirma também o caráter [especificamente] social dos seus trabalhos privados. Ou melhor, os trabalhos privados manifestam-se na realidade como frações do trabalho social global apenas através das relações que a troca estabelece entre os produtos do trabalho e, por intermédio destes, entre os produtores. Daí resulta que para estes últimos, as relações [sociais] dos seus trabalhos privados aparecem tal como são, ou seja, não como relações imediatamente sociais entre pessoas nos seus próprios trabalhos, mas antes como [relações materiais entre pessoas e] relações sociais entre coisas.
Somente pela troca é que os produtos do trabalho adquirem, como valores, uma existência social idêntica e uniforme, distinta da sua existência material e multiforme como objetos úteis. Esta cisão do produto do trabalho, em objeto útil e objeto de valor, só teve lugar na prática a partir do momento em que a troca adquiriu extensão e importância bastantes para que passassem a ser produzidos objetos úteis em vista da troca, de modo que o caráter de valor destes objetos é já tomado em consideração na sua própria produção.
A partir desse momento, os trabalhos privados dos produtores adquirem, de fato, um duplo caráter social. Por um lado, como trabalhos úteis [determinados], devem satisfazer uma determinada necessidade social, afirmando-se portanto como partes integrantes do trabalho global, isto é, do sistema de divisão social do trabalho que se forma espontaneamente; por outro lado, só satisfazem as diversas necessidades dos próprios produtores, na medida em que cada espécie de trabalho privado útil é permutável - isto é, é equivalente a - qualquer outra espécie de trabalho privado útil. A igualdade de trabalhos que diferem toto coelo uns dos outros só pode consistir numa abstração da sua desigualdade real, na redução ao seu caráter comum de dispêndio de força humana, de trabalho humano abstrato, e é somente a troca que opera esta redução, pondo em presença uns dos outros, num pé de igualdade, os produtos dos mais diversos trabalhos.
O duplo caráter social dos trabalhos privados apenas se reflete no cérebro dos produtores sob as formas em que se manifestam no tráfico concreto, na troca dos produtos; [o caráter socialmente útil dos seus trabalhos privados, no fato de o produto do trabalho ter de ser útil, e útil aos outros; e o caráter social de igualdade dos diferentes trabalhos" no caráter comum de valor desses objetos materialmente diferentes os produtos do trabalho.]
Quando os produtores relacionam os produtos do seu trabalho a título de valores, não é que eles vejam neles um simples invólucro sob o qual se esconde um trabalho humano idêntico; pelo contrário, ao considerarem iguais na troca os seus diversos produtos, pressupõem com isso que os seus diferentes trabalhos são iguais. Eles fazem-no sem o saber. Portanto, o valor não tem, escrito na fronte, o que ele é. Longe disso, ele transforma cada produto do trabalho num hieróglifo [social]. Somente com o tempo o homem procurará decifrar o sentido do hieróglifo, penetrar nos segredos da obra social para a qual contribui, pois a transformação dos objetos úteis em valores é um produto da sociedade, tal como o é a linguagem.

O Fetichismo da Mercadoria e o seu Segredo. Parte 2


Esta 2ª parte abre com a pergunta da postagem anterior: “Donde provém, portanto, o caráter enigmático do produto do trabalho, logo que ele assume a forma-mercadoria?”. E se encerra com um encaminhamento para a resposta:Para encontrar algo de análogo a este fenômeno, é necessário procurá-lo na região nebulosa do mundo religioso”.
“Donde provém, portanto, o caráter enigmático do produto do trabalho, logo que ele assume a forma-mercadoria? Evidentemente, dessa mesma forma. A igualdade dos trabalhos humanos adquire a forma [objetiva da igualdade] de valor dos produtos do trabalho; a medida do dispêndio da força de trabalho humana, pela sua duração, adquire a forma de grandeza de valor dos produtos do trabalho; finalmente, as relações entre os produtores, nas quais se afirmam as determinações sociais dos seus trabalhos, adquirem a forma de uma relação social dos produtos do trabalho.
[O caráter misterioso da forma-mercadoria consiste, portanto, simplesmente em que ela apresenta aos homens as características sociais do seu próprio trabalho como se fossem características objetivas dos próprios produtos do trabalho, como se fossem propriedades sociais inerentes a essas coisas; e, portanto, reflete também a relação social dos produtores com o trabalho global como se fosse uma relação social de coisas existentes para além deles.]
É por este quiproquó que esse produtos se convertem em mercadorias, coisas a um tempo sensíveis e suprasensíveis (isto, é, coisas sociais) .Também a impressão luminosa de um objeto sobre o nervo óptico não se apresenta como uma excitação subjetiva do próprio nervo, mas como a forma sensível de alguma coisa que existe fora do olho.
Mas, no ato da visão, a luz é realmente projetada por um objeto exterior sobre um outro objeto, o olho; é uma relação física entre coisas físicas. Ao invés, a forma mercadoria e a relação de valor dos produtos do trabalho [na qual aquela se representa] não tem a ver absolutamente nada com a sua natureza física [nem com as relações materiais dela resultantes]. É somente uma relação social determinada entre os próprios homens que adquire aos olhos deles a forma fantasmagórica de uma relação entre coisas. Para encontrar algo de análogo a este fenômeno, é necessário procurá-lo na região nebulosa do mundo religioso.

O fietichismo da Mercadoria e seu Segredo. Parte 1.


Diversas postagens foram feitas, aqui neste espaço, sobre uma das descobertas mais fascinantes do velho Karl – o fetichismo da mercadoria. Reproduzi análises das mais diversas tendências. Inclusive, ousei afirmar que a tese é precursora do do marketing – o que provocou a ira de alguns marqueteiros amigos. Assim, resolvi transcrever, nos próximos dias, a íntegra da Seção 4, do capítulo I do primeiro volume do Capital. Esta 1ª parte se encerra com uma questão que convida à leitura da sequência : “Donde provém, portanto, o caráter enigmático do produto do trabalho, logo que ele assume a forma-mercadoria?”.
A primeira vista, uma mercadoria parece uma coisa trivial e que se compreende por si mesma. Pela nossa análise mostramos que, pelo contrário, é uma coisa muito complexa, cheia de subtilezas metafísicas e de argúcias teológicas. Enquanto valor-de-uso, nada de misterioso existe nela, quer satisfaça pelas suas propriedades as necessidades do homem, quer as suas propriedades sejam produto do trabalho humano.
É evidente que a atividade do homem transforma as matérias que a natureza fornece de modo a torná-las úteis. Por exemplo, a forma da madeira é alterada, ao fazer-se dela uma mesa. Contudo, a mesa continua a ser madeira, uma coisa vulgar, material. Mas a partir do momento em que surge como mercadoria, as coisas mudam completamente de figura: transforma-se numa coisa a um tempo palpável e impalpável. Não se limita a ter os pés no chão; face a todas as outras mercadorias, apresenta-se, por assim dizer, de cabeça para baixo, e da sua cabeça de madeira saem caprichos mais fantásticos do que se ela começasse a dançar.
O caráter místico da mercadoria não provém, pois, do seu valor-de-uso. Não provém tão pouco dos fatores determinantes do valor. Com efeito, em primeiro lugar, por mais variados que sejam os trabalhos úteis ou as atividades produtivas, é uma verdade fisiológica que eles são, antes de tudo, funções do organismo humano e que toda a função semelhante, quaisquer que sejam o seu conteúdo e a sua forma, é essencialmente um dispêndio de cérebro, de nervos, de músculos, de órgãos, de sentidos, etc., do homem. Em segundo lugar, no que respeita àquilo que determina a grandeza do valor - isto é, a duração daquele dispêndio ou a quantidade de trabalho -, não se pode negar que essa quantidade de trabalho se distingue claramente da sua qualidade.
Em todas as épocas sociais, o tempo necessário para produzir os meios de subsistência interessou necessariamente os homens, embora de modo desigual, de acordo com o estádio de desenvolvimento da civilização. Enfim, desde que os homens trabalham uns para os outros, independentemente da forma como o fazem, o seu trabalho adquire também uma forma social.
Donde provém, portanto, o caráter enigmático do produto do trabalho, logo que ele assume a forma-mercadoria?

Marx, Nicholas Barbon e o Fetichismo da Mercadoria.


Nos três primeiros parágrafos da seção 1, do capítulo 1, da parte 1 do Volume 1 de O Capital, Marx agrega duas notas de pé de página com citação de Nicholas Barbon. A seguir a transcrição do texto inicial do Capital – com grifos nossos -, as notas de pé de página (*) e (**) e um pouco da  figura enigmática de Barbon.

A riqueza das sociedades em que domina o modo-de-produção capitalista apresenta-se como uma "imensa acumulação de mercadorias". A análise da mercadoria, forma elementar desta riqueza, será, por conseguinte, o ponto de partida da nossa investigação.
A mercadoria é, antes de tudo, um objeto exterior, uma coisa que, pelas suas propriedades, satisfaz necessidades humanas de qualquer espécie. Que essas necessidades tenham a sua origem no estômago ou na fantasia, a sua natureza em nada altera a questão. *
Todas as coisas úteis, como o ferro, o papel, etc., podem ser consideradas sob um duplo ponto de vista: o da qualidade e o da quantidade. Cada uma delas é um conjunto de propriedades diversas, podendo, por conseguinte, ser útil sob diferentes aspectos. Descobrir esses diversos aspectos e, ao mesmo tempo, os diversos usos das coisas, isso é obra da história. **

* "O desejo implica a necessidade; é o apetite do espirito, que lhe é tão natural quanto a fome para o corpo (...) A maior parte [das coisas] retiram o seu valor do fato de satisfazerem as necessidades do espirito" (Nicholas Barbon, A Discourse on coining the new Money lighter 1696, pp. 2 e 3).

 ** "As coisas possuem uma virtude intrínseca" (virtude é a designação especifica de Barbon para o valor-de-uso) "que tem a mesma qualidade em toda a parte, tal como, por exemplo, a do íman de atrair o ferro" (l. c. p. 16). A propriedade que o íman tem de atrair o ferro apenas se tornou útil quando, por seu intermédio, se descobriu a polaridade magnética. “

Quem foi Nicholas Barbon?

Nome completo: Nicholas If-Jesus-Christ-Had-Not-Died-For-Thee-Thou-Hadst-Been-Damned Barbon (1640 – 1698) em tradução livre: Nicholas Se-Jesus-Cristo- não-tivesse-morrido-por-ti-tu-estarias-condenado Barbon. Como seu nome evidencia, seu pai era um puritano fanático. Nicholas Barbon, foi médico, economista e criador do “seguro de incêndio”, a partir do incêndio que destruiu Londres em 1666.
Barbon em sua obra escreveu que as mercadorias (bens) tem o potencial de satisfazer dois usos distintos: as necessidades do corpo e os desejos da mente. Ainda, naturalmente, as necessidades do corpo são limitadas: se estritamente examinadas nada é absolutamente necessário para manter a vida, apenas alimentos ( Barbon, 1690).
Barbon claramente estabelece que, de fato, a maioria dos utensílios vendidos satisfazem somente as demandas da mente e não necessidades.
Uma pergunta  fica no ar: não teria Barbon “inspirado” Marx na criação do “Fetichismo da Mercadoria”?